Estava eu hoje lendo alguns comentários de um grupo que participo sobre Luto e Perdas. Aí o desabafo de uma mãe enlutada me chamou atenção.
No enterro do seu filho, várias pessoas na tentativa de consolá-la, diziam: “Vai passar”. Essa mulher estava imersa na dor, desolada, enfurecida com Deus e ainda tinha que lidar com o incômodo que sentia em ouvir essas duas palavrinhas que normalmente são ditas com a intenção de consolar, mas que geram no enlutado um sentimento de repúdio e descrença.
Sabe por quê?
Porque NINGUÉM quer que passe. Essa possibilidade é totalmente descartada, pois quando perdemos alguém que é insubstituível a única vontade que nos permitimos sentir é a de desistir de tudo, porque dói demais imaginar a vida sem alguém tão essencial.
A grande maioria das pessoas não está preparada para lidar com a finitude humana de alguém que ama incondicionalmente. É praticamente nula qualquer chance de se imaginar vivendo sem a possibilidade de ter acesso àquela pessoa.
Portanto – no fundo – não desejamos que passe, porque dentro de nós fica o sentimento de que se passar é realmente o fim. E é por isso que muitas vezes nos vemos prisioneiros da dor e da tristeza constante, o que explica o porquê de muitas pessoas carregarem por anos – ou até por toda a vida – um luto infinito. Justamente por, inconscientemente, acharem que assim sua fidelidade ao amor pela pessoa que partiu se manterá intacta.
Faz sentido?
Agora é válido esclarecer que quando as pessoas que nos querem bem, na tentativa de nos confortarem, dizem que “Vai Passar”, na verdade elas querem dizer “Você vai superar, vai conseguir administrar essa loucura toda e vai tocar a sua vida, apesar do pesar”. É exatamente isso que no fundo elas querem dizer.
Receba esse “Vai Passar” dessa forma.
Afinal de contas, a vida continua. Existe a família, existem os filhos, os amigos, o trabalho, as contas à pagar, as responsabilidades, os problemas, os cuidados com a saúde e por aí vai…
Se reinventar é preciso e recomeçar faz parte.
Que fique claro que a melhor forma de honrar a memória da pessoa que partiu é vivendo. É buscando, na medida do possível, formas de se adaptar a nova realidade para que seu ente querido sinta, através da energia que emana de você, que a sua ferida está latejando menos e que o seu coração está encontrando o sossego.
Pense no bem que você está gerando para essa pessoa que hoje vive em espírito e que precisa de tranquilidade e paz. Eis a melhor forma de preservar o amor e se reconciliar com a harmonia.
Se isso fizer sentido pra você, te ofereço a leitura de um material que preparei e que eu utilizei em mim no período da superação do meu luto. CLIQUE AQUI PARA BAIXAR.
Com todo meu carinho,
Dai
A saudade sempre existirá, até porque, saudade é a memória do coração.
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